domingo, 27 de junho de 2010

Madeo ou Mother - A Busca Pela Verdade


É íncrivel a inventidade que predonima no Cinema Sul-Coreano, que a cada dia toma proporções maiores e ganha espaço nas telas de todo o mundo. A fotografia sempre impecável e a fixação causada no espectador pelos cenários escolhidos para as cenas, sempre maravilhosos e integrados no contexto do filme são dois pontos muito fortes. O abuso das cores e das expressões são marcantes. Mas devo dizer que a elaboração de um roteiro magnífico e criativo é o que diferencia os diretores Sul-Coreanos dos diretores Pseudo Hollywoodianos que enchem as telas do cinema de lixo e quando encontram um roteiro perfeito vindo de um diretor Coreano, pegam o filme deste e fazem um Remake merecedor de um Oscar. Como foi o caso do grande filme Os Infiltrados adaptação de Conflitos Internos dos diretores Coreanos Wai Keung Lau e Alan Mak. Situação esta que ocorre muito nos dias de hoje.

Enfim, neste post venho apresentar mais uma grande Obra-Prima do cinema Coreano. Madeo, traduzido, Mother - A Busca Pela Verdade. Um filme do já renomado diretor Joon-Ho Bong. Provando mais uma vez que o Cinema Coreano está se superando a cada dia e tomando seu merecido espaço no mundo e arrasando no respeitável Festival de Cannes.

Vamos a Sinopse:

Madeo conta a história do jovem Yoon Do-Joon, que tem um problema mental e é bastante inocente e imaturo devido ao tal problema, filho de uma mãe coruja que ganha a vida vendendo ervas e fazendo acupuntura ilegalmente para sustentar os dois, sendo o filho completamente dependente da mãe. Até que um dia uma garota é brutalmente assassinada e o principal suspeito é o jovem Yoon Do-Joon. Então sua mãe embarca em uma jornada frenética para provar a todos a inocência do seu filho.

Bem, minha opinião sobre o filme é que ele beira a perfeição. O roteiro mais do que fantástico e criativo, consegue encaixar cada detalhe peculiar que no desenrolar da trama vai tomando maior sentido e proporção. Tudo do ínicio ao fim se encaixa perfeitamente e o filme não deixa trelas.

A história é totalmente inovadora onde a interpretação dos atores e os exageros em algumas cenas fazem-nos rir. Rir do engraçado e rir também dos casos em que certas cenas alcançam o extase absoluto que um filme pode chegar. É um filme prazeroso de se ver.

Também traz lições importantes sobre as atitudes que tomamos, sobre como coisas simples podem se tornar complexas, e a utilidade de suas capacidades para livrar-te de problemas que a vida coloca em seu caminho sem que você faça por merecer isso.

Abaixo o trailer legendado do filme.



Abaixo o link para o download do filme legendado com audio original no blog Asian Space.

Link Para Download

Vejam o filme e apreciem todo aspecto positivo e a loucura que paira no ar a cada instante do desenrolar deste drama. Madeo / Mother - A Busca Pela Verdade, é uma experiência visceral e principalmente a prova do que uma mãe é capaz por amor a um filho, mesmo quando ele está completamente errado.

sábado, 19 de junho de 2010

Um Semi Conto de Aluahara


"...

-Veda-te os olhos e enchergarás mais profundo que a visão de um falcão.

-Tão bela é a superfície, quando ainda lhe és desnecessário enchergar o interior das coisas. Afetam-te as belezas porque vês. Não se apaixonas pelos meus sentimentos, e sim, pela minha carne.

Indagou então o cândido Parkamis:

-Mas diga-me então, como não se apaixonar por ti, que é a mais bela mulher que já passou pela cidade. A melhor dançarina que já vimos sobre os palcos. Todos homens apaixonaram-se por ti. Desde os mais pobres e humildes buscadores de noites de diversão até os mais importantes doutores frequentadores desta casa noturna.

Riu-se e disse Aluahara:

-É fato que o que diz nada têm de verdade. Danço o mundo, danço a vida, a música é minha alma e a dança é a imagem dessa alma. A beleza que vocês dizem apenas serve para ofuscar o meu talento e impedir-me de um dia apaixonar-me verdadeiramente.

-Todos aqui estão cheios por fora e vazios por dentro. Amam por fora e por dentro estão apodrecendo aos poucos. Irei embora esta noite, e amanhã outras dançarinas virão, e vocês já terão um novo amor.

Insistiu Parkamis:

-Oh! Dai-me um beijo então, e mesmo que tudo que digas seja verdade, deixe-me amar-te ao menos essa noite. Para que eu possa no meu crédulo afirmar as mentiras mais saborosas que já proferi.

Aluahara andou lentamente até a porta, virou-se e disse:

-Pare por favor. Estás a degradar o pouco sentido que ainda me resta nessa palavra.

-Um dia beijei um homem, e depois desse dia jamais fui feliz. Esta imagem invade todas as noites os meus sonhos, afastando de mim a paz da inocência que um dia me cercara.

-Torna à tua mesa, embriaga-se, gasta todo o teu dinheiro com mulheres e cigarros e esqueça que estive aqui um dia, assim haverá falsa paz na sua vida, e certamente essa te fará sofrer menos do que um verdadeiro ou falso amor.

-Naquele dia. No meu futuro. Quero apenas reviver aquele momento do passado. Nunca amei, mas certamente aquele beijo foi uma dança. A dança que beirou mais próximo a margem do rio chamado amor.

-Devo despedir-me. Minha esperança desfalece com o tic-tac do relógio. Tornas à tua mesa, pois seu copo já está tão vazio quanto este coração.

..."

Trecho de um conto perdido.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Preâmbulo de Zaratustra


Neste primeiro post venho trazer um pouco de algo que não é meu, mas todos acabamos sendo influenciados por leituras, filmes, músicas e toda a arte e cultura num geral que tocam seus interesses.

O livro "Assim falou Zaratustra" do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, escrito em linguagem semi-bíblica, traz o filósofo que sob a máscara do lendário sábio Persa, fundador do Zoroastrismo, mostra sua filosofia do eterno retorno e do super-homem. Abalando a moral cristã e afirmando a necessidade de novos valores.

O livro em si não deve ser encarado com uma missão anti-religiosa ou religiosa muito menos, não é uma bíblia alternativa nem palavras de um Deus, apesar de que muitos vêem dessa maneira. Pode se tirar pontos positivos e negativos desta leitura, mas nem por isso ela deixa de ser essencial para aqueles que gostam de filosofia.

Certamente a leitura de "Zaratustra" será de fatores inovadores, questionadores e no mínimo intrigantes. Da onde surgirão frases sábias a se guardar, lições interessantes, mudança e até um grande "que" de loucura.

Mas a filosofia é assim, é isso, e se o mundo assim permitir continuará sendo.

O livro pode ser encontrado em qualquer livraria por várias editoras diferentes. Indico a livraria online www.livrariasaraiva.com.br, onde pode ser encontrado pelo preço de R$ 9,70 pela editora Martin Claret. Bastante acessível.

Pra quem se interessa ou não fica um trecho que é a introdução do livro.

O preâmbulo de Zaratustra.

"Aos trinta anos apartou-se Zaratustra da sua pátria e do lago da sua pátria, e subiu até as montanhas. Durante dez anos gozou por lá do seu espírito e da sua soledade sem deles se cansar. Variaram, porém, os seus sentimentos, e uma manhã, erguendo-se com a aurora, pôs-se em frente do sol e falou-lhe deste modo:

-Grande astro! Que seria da tua felicidade se te faltassem aqueles a quem iluminas? Faz dez anos que te abeiras da minha caverna, e, sem mim, sem a minha águia e a minha serpente, haver-te-ias cansado da tua luz e deste caminho.

Nós, porém, esperávamos-te todas as manhãs, tomávamos-te o supérfluo e bemdizíamos-te.

Pois bem: já estou tão enfastiado da minha sabedoria, como a abelha que acumulasse demasiado mel. Necessito mãos que se estendam para mim.

Quisera dar e repartir até que os sábios tornassem a gozar da sua loucura e os pobres da sua riqueza.

Por isso devo descer às profundidades, como tu pela noite, astro exuberante de riqueza quando transpões o mar para levar a tua luz ao mundo inferior.

Eu devo descer, como tu, segundo dizem os homens a quem me quero dirigir.

Abençoa-me, pois, olho afável, que podes ver sem inveja até uma felicidade demasiado grande!

Abençoa a taça que quer transbordar, para que dela manem as douradas águas, levando a todos os lábios o reflexo da tua alegria!

Olha! Esta taça quer de novo esvaziar-se, e Zaratustra quer tornar a ser homem”.

Assim principiou o ocaso de Zaratustra."